Finalmente terminei de mestrar a Keep on the Shadowfell, e me sinto confortável para fazer uma resenha. Então, vamos lá.
A aventura é composta de dois livretos, três mapas de combate tamanho poster, frente-e-verso, e um envelope/pasta que guarda os dois livretos. Um dos livretos contém as regras da 4ª edição do D&D de maneira resumida, assim como cinco personagens pré-construídos. O Tiefling Warlord foi disponibilizado pela WotC depois. O outro tem 80 páginas, e tem as regras para o DM e a aventura propriamente dita.
A arte é do fantástico William O’Connor, que já comentei por aqui. O texto é de dois dos designers da quarta edição, Bruce R. Cordell e (o também podcaster) Mike Mearls. A aventura começa numa cidade pequena, com menos de mil habitantes, chamada Winterhaven. Ela está no mapa do Vale de Nentir que vem no Dungeon Master Guide, e é bem simpática. Os NPCs descritos são simples o suficiente para você jogar sem muita preparação, e com características o suficiente para não serem bidimensionais. A aventura segue o padrão de aventuras da WotC, dando opções de Quests, prévias à aventura em si, para conectar e dar motivação aos personagens.
Os encontros iniciais são simples, porém um deles (contra Irontooth) é particularmente difícil, sendo altamente letal para grupos iniciantes, no RPG ou na 4ª edição. A aventura mistura bem os encontros externos com a Dungeon (o Forte do Shadowfell do título). O BBEG da aventura, Kalarel, é memorável o suficiente para você odiá-lo por algumas sessões, mas seu plano é meio incompreensível. Ele é daqueles vilões cultistas fanáticos, o que é meio cliché, mas para a primeira aventura oficial, é aceitável.
Um outro ponto que gostei bastante foi o jeito que eles apresentam as informações que os NPCs sabem, em formato de Perguntas e Respostas (tipo um FAQ). É bem prático para você, o DM, saber rapidamente o que os NPCs sabem, e passar isso para os jogadores. Prático e funcional.
Senti falta de mais Skill Challenges, embora a WotC tenha publicado em seu site uma alternativa para o encontro final ser um Skill Challenge. Eu acho que fica meio anti-clímax, e gostaria de ver outros desafios durante a aventura, porque seria uma maneira de explicar essa mecânica para DMs iniciantes. Com exceção de Kalarel e do goblin Splug (que está longe de ter o carisma de Meepo do Cidadela sem Sol), nenhum oponentes vai ficar na memória dos seus jogadores sem um esforço maior por parte do DM.
Contras
- Resumo das regras vai ser inútil se você já tem os livros básicos;
- Envelope de cartão vai se deteriorar com o tempo;
- Personagens pré-construídos incompletos (sem rituais, por exemplo);
- Não tem Skill Challenges;
Prós
- Você não precisa dos livros básicos para jogar;
- Formato muito prático para uso;
- Mapas para os combates podem ser reutilizados e são bem bonitos;
- Não é muito fechada, e tem espaço para alternativas de encontros fora da Dungeon;
Outros reviews (não acredite só em mim!)
Alguém mais jogou essa aventura? Rolaram muitos vintes? O que acharam?
Edição: Essa aventura saiu em Português, lançada pela Devir. Essa resenha vale para o livro em Inglês, quando eu comprar em Português, faço uma nova resenha.
10 respostas em “Keep on the Shadowfell”
Que coincidência! Terminei Keep on The Shadowfell este fim de semana. Concordo com a resenha, achei o produto muito bom e já emendei a H2: Thunderspir Labyrinth com meu grupo.
O Splug teve um papel fundamental no “ódio” que meus jogadores sentiram de Kalarel. Quando exploravam o Keep o grupo resolveu voltar para Winterhaven para curar, recuperar os poderes e vender um pouco do loot. O Goblin resolveu ficar para trás, escondido e combinaram de encontrá-lo no mesmo local. Quando o grupo retornou, havia apenas tripas do pobre Splug espalhadas na entrada na masmorra, como uma “aviso” para o grupo do que acontece com quem mexe com o culto de Orcus.
Último post de Tchelo: Push ‘em Real Good (Tradução)
Splung jamais será esquecido em meu grupo, já que o Paladino de Kord o acorrentou a ele para que Splung fosse seu escudeiro, alias Splung não pq Splung não é nome de guerreiro, então ele teve a livre e espontanea pressão de mudar seu nome para Kronn
infelizmente Kronn pereceu num combate com undeads, mas morreu como um guerreiro honrado e ele deve ter ficado feliz – segundo palavras do paladino do deus da guerra, que fez o grupo considerar seriamente a questão de que talvez não fosse a melhor coisa deixa-lo encarregado como nosso porta-voz… ou mesmo deixa-lo chegar perto de maquinaria pesada ou manusear objetos pontiagudos enquanto nós dormimos…
De modo geral, concordo. A batalha do IronTooth é bastante letal para um grupo que ainda pensa no combate no modo 3.5 (cada um por si e Raven Queen pra vir buscar a todos).
Uma coisa interessante é que graças a um certo halfling ladino que vos escreve, o espelho acabou caindo nas mãos do culto então foi uma corrida contra o tempo desesperada para derrotar o culto antes da coisa funcionar, o que achavamos que poderia acontecer a qq momento. Então os long rests eram muitotensos porque cada vez que dormiamos poderiamos acordar num mundo dominado por um demonio. Isso nos obrigou a puxar o maximo de encontros possiveis e só paravamos mesmo devido a EXTREMA falta de healing surges (voltar a cidade então? Pff…)
Ficou uma sensação de urgencia bem grande que deu um clima especial a aventura e eu recomendo aos DMs que experimentem isso
(e levou a constatação que o sistema de poderes encontro/at will é infinitamente melhor que o sistema de magias por dia da 3.5 e os seus dias que duravam 4 minutos entre um sono e outro)
Eu modifiquei a aventura para encaixar na minha campanha de Forgotten 4ed. “O Império das Sombras”, sobre a ascenção de Netheril e a guerra que vai estourar com Netheril.
Kalarel faz parte do Culto de Shar que está se insinuando na região das Dales.
A nossa campanha está no meio, e no encontro com o Irontooth, um personagem do grupo morreu, mesmo com a galera trabalhando em equipe.
Até agora estou gostando muito da Keep at Shadowfell!
Último post de Nitro: Página da Campanha “Império das Sombras” + Fotos do Fotos do 5º Episódio : “A Batalha da Caverna do Trovão”
Eu sua página e as fotos, Nitro, parece muito legal mesmo!
Na nossa aventura, Splug também virou escudeiro do nosso Warlord Dragonborn, mas acabou virando o líder dos goblinóides do forte, depois que Kalarel foi morto.
Eu não gostei muito da H2, vou pular para a H3 enquanto uso cenários meus, baseados nas histórias dos PCs até eles estarem no nível adequado.
A aventura parece bem legal.. clichê, mas legal. Estou pra ver como ficou traduzido pela DEVIR… enquanto isso estou lendo as outras.
Abraços!
[…] da aventura da Devir para a nova edição de D&D. Ainda no mesmo assunto, o Daniel Anand, do Rolando20, fez uma resenha da aventura ainda em […]
[…] 4a edição em Português no sábado, num quiosque da Terra Média, aqui em Campinas. Eu já fiz uma resenha da aventura em Inglês, então não vou comentar muito a respeito da aventura em si, vou focar nas mudanças, no formato e […]
[…] a desejar em termos de qualidade. Aliás para quem está pensando em comprar a aventura também recomendo a resenha feita por ele, que está bem legal. Outra parada excelente que apareceu nos blogs em relação a aventura foram […]
Comprei a aventura ontem e ainda estou lendo.To pensando em encadernar o livro,deveriam fazer uma capa ao menos cartonada…
Último post de samura: Keep in Shadowfell
[…] aventura. Na minha versão adaptada para Forgotten da aventura A Fortaleza do Pendor das Sombras, que pode ser lida nesse link, teve várias cenas que surgiram do momento da sessão. Uma delas foi o […]