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Não tenha dó dos seus monstros!

HydraAlgo que tenho ouvido e lido com freqüência sobre a 4ª edição do Dungeons & Dragons é o fato das lutas demorarem muito, ou que os oponentes e monstros possuem muitos pontos de vida. E um dos pontos que acredito ser responsável por isso é devido a uma cautela excessiva dos DMs com suas criaturas.

Por exemplo, se seu goblin está lá, marcado e adjacente ao guerreiro, não faça ele continuar atacando o guerreiro até o último round de combate, ainda mais se o total de dano do guerreiro não for tanto assim: arrisque um charge no mago ou no warlock, mesmo que isso signifique levar um ataque de oportunidade. Se o goblin for bem sucedido, vai dar um novo sal ao combate. Se ele falhar, vai dar um gostinho especial ao guerreiro por usar suas habilidades de classe e comer um pouco dos PVs em excesso. Situação ganha-ganha.

Outro exemplo é o caso do controlador ou conjurador com magias de área. Não tenha dó de queimar suas minions, se isso irá atrapalhar a vida dos aventureiros: elas estão lá para serem sacrificadas pela glória de Orcus ou qualquer que seja a motivação de seus monstros.

Outro ponto é a questão da rendição. Só sobrou uma meia dúzia de lacaios? Eles se rendem. Não caia na armadilha de se sentir obrigado a lutar até o último PV: pense na moral de suas criaturas. Mesmo criaturas não muito inteligentes têm um instinto de sobrevivência.

Por fim, se você perceber que seu round de combate virou uma rolada de d20 para cada PC e monstro sem grandes acontecimentos (isso é mais comum nos primeiros níveis), jogue pimenta no mapa! Use manobras como Bull’s Rush, troque os alvos das suas criaturas, derrube a mesa no chão, arremesse uma bomba de fumaça: não deixe uma situação que deveria ser excitante e emocionante virar uma obrigação em deixar números chegarem em zero. Tudo isso fica mais fácil se você, DM,  não ter dó dos seus monstros, eu acho.

Como vocês fazem para não deixar o combate se arrastar e ficar mais emocionante até o último round?

Imagem por Zoltan Boros & Gabor Szikszai

Por Daniel Anand

Daniel Anand, engenheiro, pai de gêmeas e velho da Internet. Seu primeiro de RPG foi o GURPS Módulo Básico, 3a edição, 1994. De lá para cá, jogou e mestrou um pouco de tudo, incluindo AD&D, Star Wars d6, Call of Chuthulu, Vampire, GURPS, Werewolf, DC Comics (MEGS), D&D 3-4-5e, d20 Modern, Star Wars d20, Marvel Superheroes, Dragonlance SAGA, Startrek, Alternity, Dread, Ars Magica, 13th Age e atualmente mestro Pathfinder 2E. @dsaraujo no twitter

8 respostas em “Não tenha dó dos seus monstros!”

Eu tenho sofrido com combates demorados porque na minha mesa são 3 jogadores.

Como eles não tem um controler, a coisa fica realmente mais demorada, porém não amarrada. O turno corre fluido, mas os monstros demoram a morrer justamente pelo seu instinto de sobrevivencia.

Desculpe, mas eu considero que um monstro que tem instinto de sobrevivencia e que SABE que está marcado pelo defender, em condições normais não dá carga no mago. E o fato dele ficar preso ao guerreiro já é a habilidade de classe dele funcionando. No meu caso é habilidade do Palada.

O que eu faço, sim, é dar um Move (mesmo tomando AdO) em torno do guerreiro (Mover-se adjacente a um alvo mesmo que não deixe sua "área de ameaça" causa AdO, tá na regra!) para flanquear ou usar um ataque em área/ranged mesmo adjacente para utilizar esta situação "ganha-ganha".

Acho que a saída para um combate mais rápido não está em criar Suicidal Monsters se isto não for coerente com o contexto.

O que vale, sim é colocar uns monstros que morreriam pela causa, ou que sejam berserkers o suficiente para assumir consequencias de atitudes mais ousadas.

Senão creio que fica dificil os jogadores acreditarem que aquele Goblin que tava atacando o mago, mesmo levando AdO do Guerreiro tem instinto de preservação para se render.

Uma coisa que estava me dando dificuldades era os monstros fugirem, quando havia um mago no grupo. Com range 20 o mago ficava lançando Misseis Mágicos. E pra piorar o jogador totalmente no "CLIMA" do jogo ficava gritando "LAY GUN! LAY GUN! LAY GUN!".

Ainda bem que morreu.

<abbr>Último post de Rey Ooze: Aventura Solo – Empate!!</abbr>

Realmente muito bom!
Uma das minhas taticas preferidas é usar bomba de fumaça… Entretando a famosa “escotilha secreta” também é bem vinda!

Isso é claro, quando não falamos a respeito de como o terreno pode ser MUITO util para um combate.

Que tal usar um pouco de “Blood Stone” e deixar o combate com dano maiores?

Último post de Shin: Pra não dizer que não falei das flores

Calma lá, não falei nada de criar Suicidal Monsters. O ponto aqui é ser esperto. Para que meu goblin soldier ainda com 50 hit points vai ficar tentando bater nesse paladino de AC25 quando ele pode dar carga no warlock que está fritando ele por apenas 6 de dano? Ou descolar desse guerreiro e ser mais útil no campo de batalha? Essa é a minha idéia.

A habilidade de classe dos defenders é dar incentivos/penalidades aos oponentes que resolverem atacar ou não os defenders, e não algo que os compele a fazer isso.

Ah, e pra fugir um double run pode valer a pena. Com Speed 6, isso significam 16 quadrados de fuga! Se ele for fuzilado no caminho… bem, um monstro a mais morto não importa, e se fosse um vilão, vilão morto não era tão importante assim. 😀

Taí uma coisa interessante… Por que diabos ninguém quer ser controller? Nem no meu grupo que sorteamos os roles, e que teria originalmente 4 pessoas, teve um controller porque o jogador da 4ª role desistiu… Será as poucas (e única) opções do papel até agora?!
Bem, estou muito empolgado com a 4ª edição, principalmente para quem nao prepara muito as aventuras como eu, que para resolver qualquer coisa, é só por um combate quando nao está mais com aquela criatividade toda.

Bom.. eu como jogador, acho que ficaria interessante essa dica para os DM’s, acho que daria um “Q” a mais nos combantes!!
Quanto ao instinto de sobrevivência, realmente !! se uma barata tem valie então os monstros !!!
cara ….não consigo pronunciar “goblin” sempre sai “globlin” !!

Último post de inominavel: Beholder’s anatomy

Eu sempre tentei praticar esse tipo de técnica em minha mesa… Ainda jogo 3x e os todos os personagens estão em níveis altos… então os combates são bem demorados… O que está agilizando um pouco eles além da aplicação das técnicas acima são os minions que estou colocando que, mesmo com os múltiplos ataques que prolongam a rodada de cada um (tanto pcs quanto npcs). Um combate bem divido, na minha opnião, é a chave…

(X.x)o–(‘_’Q)

Último post de LeyGun: ASSASSINO VINGADOR

Eu já comentei no Tomo 4ª sobre isso dos mestres usarem monstros com mentalidade 3.5 (que caem fácil). Se o mestre considera que marca é obrigação de atacar, os defensores perdem boa parte de suas habilidades de classe. O Paladino não causa dano de Divine Chalenge, o guerreiro não consegue usar seus AdOs pra interromper movimento, e o Swordmage não vai usar sua Aegis nunca.

Num combate que eu joguei nesse fim de semana, eu usei Sleep em um Orc Bloodrager e alguns outros orcs. Havia uma boa quantia deles, e o Bloodrager seria o “líder”, por assim dizer (200 PVs, elite e tal). Em três rodadas, limpamos todos os orcs, e sobrou APENAS o Bloodrager dormindo.

O mestre declarou vitoria automática. Não havia neessidade de ficar atacando um sujeito inconsciente até que os PVs dele zerassem.

A questão é justamente esta: Não ter dó de monstros. Eles estão lá justamente pra serem derrotados e mostrarem pros jogadores o quanto eles são fodas.

Último post de Nibelung: 189 – Muito bem amarrado

Cheguei atrasado nessa discussão boa…que pena. Só pra constar…meu grupo está em torno de lvl 6-7 e os combates costumam demorar um pouco. Tentar fugir das marcas e deixar os heróis usarem seus poderes é sempre uma boa idéia mesmo. As vezes pra assustar eu faço todos os monstros focarem em um único personagem, independe das consequencias como AdO….é bacana pra diminuir os HPs, tanto dos monstros que saem de posições vantajosas, quanto do coitado do player que foi o “alvo” da vez, que fica tenso por ver seus HPs caindo tão rápido.

Último post de Tchelo: 2009 de muito RPG

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