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Como fazer campanhas com intrigas

No último podcast, falamos sobre o cenário de campanha Ptolus. Apesar do cenário ter todas as dungeons que alguém pode precisar, ele também tem bastante espaço para campanhas com intrigas e política, entre as diversas facções criminosas, famílias e grupos de interesses, casas nobres e tudo mais.

Fazer uma campanha mais focada no lado da política é mais trabalhoso, mas muitas vezes compensador para o DM, se ele conseguir colocar os jogadores para desenrolar o seu novelo de artimanhas, trapaças e conspirações. Como regras gerais (e genéricas), como fazer uma campanha com intriga?

Os interessados

ptolusrelations

O primeiro e mais importante ponto: quem são os interessados na política da cidade? A idéia aqui é tentar listar as forças que farão parte das intrigas da sua cidade. Essas forças podem ser PdM, podem ser grupos da cidade, como guildas, casas nobres, grupos criminosos, igrejas, conclaves mágicos, grupos étnicos ou raciais, criaturas extraplanares e até mesmo o grupo dos PdJs.

Uma dica é pegar uma folha de papel e fazer um diagrama: liste os interessados que você identificou nas bordas, e depois ligue com setas todos os grupos que tem algum tipo de amizade, inimizade ou relação de influência. Você pode descrever o tipo de relação em cima da seta. O Ptolus tem um diagrama como o ao lado.

Objetivos e motivações

Além dos múltiplos interessados, é legal pensar nos objetivos e motivações de cada um dos interessados. O que eles querem? O domínio completo da cidade? Expandir sua igreja? Eliminar um rival? Geralmente cada interessado tem vários interesses, mas esteja certo de saber pelo menos uma motivação para cada uma das forças da sua campanha de intrigas. Isso ajuda bastante a saber quais serão os próximos passos (ou passos iniciais) de cada uma delas.

Ações Paralelas

Outra coisa que você deve ter em mente é que todas essas forças vão estar indo na direção dos seus objetivos e motivações simultaneamente, e os personagens dificilmente irão interagir com todas as forças da cidade. Então é legal ter em mente o que os grupos que não aparecerem nas aventuras estão fazendo, isso dá um andamento muito legal ao jogo.

A dica aqui é preparar uma planilha, listando nas colunas o nome das fações, e usando as linhas como tempo, e desenhar um mini-timeline das fações, descrevendo eventos. Por exemplo, na semana que vem irá acontecer: a reunião geral da guilda dos mercadores, tentativa de assassinato do Senador Fulano, parada em homenagem ao capitão da guarda, e por aí vai.

Trocando poder

Geralmente as forças da cidade irão fazer trocas entre si, seja de coisas materiais (dinheiro, em suma) ou favores (poder). Tente verificar qual o poder e valores materiais cada uma de suas forças terá. Por exemplo, a igreja de Pelor pode ressuscitar pessoas (poder), a guilda dos ferreiros controla quem pode receber armas e armaduras (dinheiro e poder), a casa nobre de Jal’Yarh possui fortunas e empréstimos (dinheiro), e por aí vai. Deixando claro com o que cada uma das suas fações pode negociar, fica mais fácil ver como fações malignas ou opostas às vezes acabam tendo relações comerciais e de favores.

Envolvendo os Personagens

Como os personagens irão se envolver nessa rede de intrigas? Se eles já acumularam riquezas e poder em aventuras passadas (ou seja, já tem alguns níveis pelo menos), pode ser que você já tenha até listado o grupo como uma das forças de influência da campanha. Caso contrário, veja o status quo atual, e pense em quais das forças da cidade estão em desvantagem, e procurariam o grupo para conseguir ajuda. Os grupos que os membros do grupo são afiliados também podem ser uma opção interessante. Lembre-se de pensar no poder do seu grupo: o que eles podem oferecer as outras facções. Não tenha medo de pedir ajuda e sugestões aos seus jogadores!

Lembre-se, não é porque a campanha é focada em intriga que você não possa ter ação. Use e abuse de desafios de perícias sociais! Boa sorte com as intrigas de vocês, e rolem 20!

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Mais links de domingo

midnighthunterOlá jogadores e DMs! Nas últimas semanas tivemos contratempos, mas semana que vem o Rolando 20 volta a seu funcionamento normal. E, para manter a tradição, vamos a mais um Domingo de links, sugestões de artigos e materias de outros sites.

Lá fora…

E por aqui…

O ilustrador de hoje é David Griffith, que ilustrou inúmeros livros de RPG, como a capa do Adventurer’s Vault. Você pode conferir a home page dele, ou uma galeria na Pen and Paper.

E rolem 20!

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Iniciativa 4e – Ouro dos Tolos

Estamos de volta com a Iniciativa 4e! Hoje, o tema para os blogs participantes é Dinheiro! Essa semana, com Campus Party e tudo mais, foi meio enrolada, mas conseguimos criar mais uma armadilha. Não deixem de conferir os outros posts sobre o mesmo assunto (no final desse post) e você terá material para fazer aventuras memoráveis!

maosNos salões dos tesouros do antigo império de Bael Turath, existiam diversas armadilhas. Entre elas, uma se confundia com os tesouros para enganar os invasores. Um altar composto de ferro abrigava uma peça rara, e obviamente valiosa: duas mãos de platina com suas palmas para cima, como mãos de um mendigo que suplica por algumas peças de cobre.

Escrito logo em frente às mãos, também em ferro, num comum muito antigo, era possível ler “Entregarás a mim aquilo que tu queres e terás tua cobiça satisfeita”

Ouro dos Tolos Obstáculo de Nível 8Armadilha XP 350
Armadilha: Um cristal mágico fornece a energia necessária para que a armadilha esteja sempre funcionando, mas parte do mecanismo é mundana, embora muito complexa.
Percepção
  • CD 19: O personagem nota que o chão em volta do pedestal é metálico, diferente do resto do lugar.
  • CD 24: O personagem consegue avistar a caixa de controle onde o cristal mágico e os principais mecanismos da armadilha estão abrigados.

Intuição

  • CD 19: O personagem sente vibrações mágicas de algum lugar da sala, mas não consegue identificar o local exato. Um teste de Arcanismo CD 24 pode indicar o local como a caixa de controles.
Gatilho
Quando um personagem tocar a mão de platina, ficará preso a ela, enquanto raios elétricos atacarão todos que começarem seus turnos ou entrarem numa área de 3 quadrados do altar.
Ataque
Reação Imediata
Alvo: Uma criatura que entrar ou começar na área ocupada pela armadilha.
Ataque: +11 vs Fortitude.
Sucesso: 2d6+5 de dano elétrico e o personagem fica pasmo até o final de seu próximo turno.
Contra-medidas
  • Um personagem pode desarmar a armadilha decifrando a charada. Nesse caso, ele precisa colocar uma moeda (ou outro objeto) de platina sobre as mãos. Isso fará com que o dispositivo seja desativado, pare de atacar e liberte a criatura que estava presa à mão de platina.
  • Um personagem que estiver preso à armadilha pode tentar se libertar usando toda sua força, com um teste de Atletismo CD 24.
  • Um personagem pode tentar inutilizar o cristal mágico com seus conhecimentos arcanos; são necessários 4 sucessos consecutivos em Arcanismo CD 19.
  • Um personagem pode tentar inutilizar o sistema mecânico da armadilha; são necessários 4 sucessos consecutivos em Ladinagem CD 19.

Outros posts da Iniciativa 4e

Todos os posts da Iniciativa 4e são temáticos e relacionados. Para essa sexta, temos os seguintes posts parceiros:

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A Arte de Imaginar

folhaA única coisa que na minha opinião é essencial no RPG é a imaginação. Sem elas não dá para jogar e claro, não dá para fazer um montão de outras coisas.

Mestres precisam imaginar encontros, vilões, cidades e muitas vezes reinos inteiros! Enquanto podem usar cenários prontos esses cenários só apresentam um visão superficial de um lugar, e geralmente o mestre vai ter que criar muita coisa até que o cenário fique com aquele realismo interessante.

Jogadores precisam conhecer o cenário para poderem fazer personagens condizentes, mas o mais importante é fazer personagens interessantes, que sejam divertidos, a ponto de se querer jogar do nível um até o trigésimo. Isso não é fácil, é necessário muita imaginação.

Cada um prefere imaginar de um jeito, alguns gostam de ficar sozinhos em seus cantos, outros acreditam que seus amigos, vizinhos e parentes poderiam ser interessantes aventureiros e se inspiram neles e acho também que a grande maioria (incluindo eu mesmo) imagina por tabela. Vemos um seriado e imaginamos, jogamos um jogo e imaginamos, lemos um livro e imaginamos.

Cada um possui sua própria forma de imaginar, gostaria de saber a forma de como vocês fazem, enquanto isso vou dizer sobre meus personagens e aventuras preferidas e como as imaginei.

Karus Shadamash é meu atual personagem na mesa do Daniel Anand, um dragonborn em conflito com quase tudo, sua família, sua sociedade e algumas vezes seus companheiros de aventura. Apesar disso tudo, ele é extremamente amoroso no seu jeito conflituoso. Se tiverem interesse de ler mais sobre ele podem ver toda a história dele, que tento colocar uns updates de vez em quando.

Gangues de Overlook, minha aventura para substituir a primeira do adventure path Scales of War, o que mais me inspirou foi um artigo da dragon sobre um gangue de Bubears chamado Sindicato Fantasma, fiz um review desse artigo da Dragon. Depois foi o filme Gangues de Nova York, estava pensando de fazer uma batalha/guerra civil, mas acho que as coisas mudaram de rumo, e agora os PdJs tem que impedir isso de acontecer.

A Fome Sombria de Ungoliant, uma campanha que se passaria no maravilhoso cenário de Tolkien. Cem anos antes da Guerra do Anel, os aventureiros precisariam destruir uma terrível força do mal, mais antiga de Sauron, mais sombria que Mordor. Essa campanha foi inspirada obviamente pelo Senhor dos Anéis, mas principalmente pelo Simarillion, onde Tolkien fala mais detalhadamente de Ungoliant. Quando li pensei, eu quero derrotar esse monstro, mas como mestre cabe aos outros completarem meu sonho, posso apenas tornar isso tudo épico. Essa campanha estava sendo interessante pois era uma campanha onde eu tentava dar um impressão de livro, eu lembro que quando preparei uma viagem pelo campo até uma cidade próximo que duraria uns dois, três dias e gastei uns seis parágrafos para descrever os campos, os cheiros e o clima comecei a fazer jus ao cenário maravilhoso de Tolkien.

Vocês vão achar tudo de que falei no site de campanhas de RPG, onde também tento colocar as minhas campanhas também, a RPG wiki. E um quote que o Daniel Anand lembrou, do Albert Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento” 🙂

E vocês? Como fazem para imaginar, o que faz vocês imaginarem?

Rolem 20!

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Rolando 20 no Campus Party 2009

Rolando 20 no Campus Party 2009Olá Jogadores e DMs!

Essa semana, eu, Daniel Anand, estarei na Campus Party 2009, a partir de amanhã, Quarta-feira. Espero conseguir ver as novidades, conversar e encontrar outros blogueiros, e com sorte até mestrar a Fortaleza no Pendor das Sombras! Além disso, espero conseguir gravar um podcast direto do evento. Vocês podem acompanhar as novidades pelo nosso Twitter.

Se estiverem por lá, podem me encontrar também no lounge da Padtec, onde eu trabalho e vou estar colaborando também. Além disso, queria mestrar a aventura on-line direto da Campus Party no sábado à tarde. Para todo mundo poder participar, seria via Skype + MapTools, que é gratuito. Se estiver afins, deixe um comentário.

E rolem 20 conectados!

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Minha estante de RPG – Parte 3

E lá vamos nós para a terceira parte da minha estante de RPG. Essa aqui é uma especial, porque adoro meus livros de Forgotten Realms. Desculpem a qualidade das fotos, mas onde a estante fica nunca tem luz direito, e sou um péssimo fotógrafo.

Estante 3

Todos os livros são da Wizards of the Coast. Da esquerda para a direita, respectivamente:

  • Expedition to Undermountain
  • City of Splendors Waterdeep
  • Cormyr: the Tearing of the Weave
  • Power of Faerun
  • Champions of Valor
  • Mysteries of the Moonsea
  • Dragons of Faerun
  • Serpent Kingdoms
  • Lost Empires of Faerun
  • Faiths and Pantheons
  • Races of Faerun
  • Underdark
  • Forgotten Realms Campaign Setting
  • Cormyr (AD&D)
  • Monster Compendium: Monsters of Faerun
  • Sons of Gruumsh
  • Into the Dragon’s Lair
  • City of the Spider Queen
  • Champions of Ruin
  • Magic of Faerun
  • Lords of Darkness
  • Player’s Guide to Faerun
  • Silver Marches
  • Shinning South
  • Unaproachable East
  • Unearthed Arcana
  • Expanded Psionics Handbook
  • Psionics Handbook
  • Epic Level Handbook
  • Miniatures Handbook
  • Deities and Demigods
  • Weapons of Legacy
  • Tome of Battle
  • Tome of Magic
  • Complete Divine
  • Complete Adventurer
  • Complete Warrior
  • Complete Arcane
  • Complete Mage

Bom, pelo visto, Forgotten é meu cenário predileto! 🙂 Eu gosto muito do Unaproachable East, e tanto o Dragons of Faerun quanto o Lost Empires of Faerun me proporcionaram horas de boa leitura rpgística. São livros de gostar mesmo. Por outro lado, as aventuras prontas de FR em geral achei bem xexelentas. A aventura Expedition to Undermountain comprei só porque estava uma mega promoção na Moonshadows. A City of the Spider Queen tem muita coisa usável, mas tem dungeon-crawl demais.

Também não tenho como não citar o Unearthed Arcana, um clássico e favorito de muitos outros fãs de Dungeons & Dragons. De livro mais crunch, é meu favorito, seguido do Tome of Battle e Miniatures Handbook (mas basicamente por causa das classes). O Epic Level proporcionou muitas horas de elucubração mental, mas muito pouco jogo de RPG, infelizmente. Comprei os dois livros de psiônicos, porque sempre gostei do tema, e o expanded ficou muito melhor que o primeiro.

Ufa! O próximo nível da estante vai ser Miscelânia total, com vários sistemas diferentes, aguardem! E rolem 20!

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Resenha

Fortaleza no Pendor das Sombras

Eu com o livro na mãoE consegui comprar meu exemplar do primeiro lançamento de D&D 4a edição em Português no sábado, num quiosque da Terra Média, aqui em Campinas. Eu já fiz uma resenha da aventura em Inglês, então não vou comentar muito a respeito da aventura em si, vou focar nas mudanças, no formato e na tradução.

A primeira e grande diferença é a capa. A capa da versão brasileira é apenas uma capa e contra-capa de cartão, mas com efeito plastificado melhor que a versão americana, na minha opinião. Por outro lado, a versão americana é um envelope, e você pode guardar melhor os livretos e os pôsters. Na versão nacional, é melhor você arrumar alguma coisa pra guardar tudo, como uma pasta, caso não guarde ele entre os livros da estante.

Em termos de layout, diagramação, cores e fontes os livros estão idênticos. Excelente trabalho mesmo aqui. Em relação aos pôsters mapa, a gramatura do papel da versão nacional parece um pouco maior, o que deve dar mais durabilidade. Os livretos parecem ser iguais.

A tradução e conversão para o português ficou muito bacana. Claro, vou precisar me acostumar com os termos, mas só o guia rápido já é uma excelente referência para deixar os posts aqui do Rolando 20 o mais traduzidos possíveis. Ainda não li o livro inteiro, mas tem umas coisinhas aqui e ali. Por exemplo, na página 3: “Um sacerdote de Orcus, chamada Kalarel…” ou alguns degradês de fundo das tabelas que não funcionou direito, ficando branco de repente (pág. 15, por exemplo).

Ah! E outra coisa: a versão nacional já vem com errata. Na página 78, por exemplo, do livro original, o AC do Kalarel fazia referência a um poder inexistente, a versão da Devir corrige esse erro. Em termos de conteúdo, está 100% igual ao original, então jogadores do Brasil, preparem-se para alguns TPK (ou deveria dizer MTG, morte total do grupo) ao encontrarem Dente-de-Ferro, se não estiverem preparados.

Com a Fortaleza no Pendor das Sombras, você já tem tudo para começar a jogar, tirando dados e alguns marcadores. Ele tem fichas prontas de personagens, com algumas restrições: o meio-elfo não tem seu poder de outra classe, nem o mago tem rituais, por exemplo, mas isso se manteve da versão original, e acontece mais por uma questão de simplificação e espaço.

Resumo da ópera: acho que a quarta edição chegou ao Brasil em grande estilo. Com preço razoável (paguei R$ 43,00), e qualidade que não deixa nada a desejar à versão gringa. Peguem seus d20, e preparem-se para rolar muitos críticos!