Olá Jogadores e DMs! Esse final de semana comecei uma terceira campanha de D&D 4a edição, aqui em Campinas. Ele deve ser esporádica, e ir em paralelo à Luz nas Sombras e Escamas Púrpuras. Semana passada a gente tinha se reunido para pensar nos personagens e, em conjunto, decidir o cenário e estilo da campanha. Até por conta dos diversos personagens primais, o jogo vai ter uma cara meio bárbara, nas fronteiras da civilização com o primitivo. Para cenário, escolhemos Eberron, no continente redescoberto de Xen’drik.
A missão
O grupo está seguindo as pistas dos espíritos para descobrirem mais sobre A Profecia, que parece ser meio apocalíptica. Para isso, os espíritos avisaram que será necessário reunir as treze tribos de Xen’drik. Para apaziguar os espíritos das tribos (já que algumas são inimigas ferrenhas), serão necessárias oferendas de dragonshards, atunadas com cada um dos espíritos guias. Na primeira missão, o grupo foi atrás da primeira dragonshard, que fora capturada por kobolds, e usada para criar um dragão branco destinado a ser um arauto da destruição.
O grupo
Os personagens ainda estão recém formados, e o pessoal pegando as manhas de combate e role-play de seus PCs. São eles:
- Russ, Drow Sorcerer, mateiro de Xen’drik;
- Kazzak, Goliath Warden, embaixador dos goliath;
- Bashir, Dragonborn Warlord, emissário dos profetas;
- Ianis, Dwarven Shaman, aprendiz da tribo;
- Karrack, Meio-Orc Barbarian, último dos Tigres Brancos;
Os encontros
Preferi gastar meu tempo de preparação pensando nos plots da campanha, a questão das treze tribos, e como a profecia irá evoluir com a história. Por isso, para os encontros combativos, resolvi usar a 1ª delve do Dungeon Delve.
- O grupo se encontra pela primeira durante a reunião dos elders, na tribo. Com a chegada de Bashir (dragonborn), o velho Janus, líder da tribo, sai em busca de um guia; depois o ancião explica a missão do grupo, e que eles devem obter a primeira dragonshard e acabar com a ameaça do dragão branco;
- O grupo atravessa a floresta, encontrando vários mosquitos e criaturas peçonhentas, e atravessando um riacho volumoso com as últimas chuvas (foi mais-ou-menos um desafio de perícias);
- O grupo chega nas ruínas de um totem gigante, e encontra vários kobolds guardando o lugar. O drow quase cai na primeira rodada, mas se recupera. Quando o bárbaro chega atrás das muralhas da ruína, não sobra uma criatura.
- Lá embaixo, são recepcionados por mais kobolds, e muitas armadilhas. A escuridão também atrapalhou. Mas o shaman percebeu uma das armadilhas, e a usou contra os Kobols (uma estátua meio solta);
- Na última sala do subterrâneo, o grupo encontra o Wyrmling e vários outros Kobolds. Coordenados e usando o melhor de suas técnicas, o grupo vence sem grandes dificuldades;
Minhas observações
- Gostei muito de ver as novas classes do Player’s Handbook 2. O warden é um defender muito eficiente, especialmente em situações com diversos oponentes em ambiente fechados, já que ele marca com close burst 1. No entanto, suas defesas não são muito boas.
- O Shaman foi um show à parte, distribuindo seu espírito (um javali com um macaco em cima, imediatamente apelidado de Pumba & Timão) pelo mapa e dando Vantagem em Combate para o grupo. Foi o único que não perdeu um pulso de cura nos encontros.
- O bárbaro foi uma máquina de fazer dano. Apanhou bem, mas chegou a derrubar vários oponentes numa única rodada, entre cargas e ataques sucessivos. O fato de usar um Executioner’s Axe, Brutal 2, ajudou bem. O crítico no poder de encontro na segunda luta foi massa, rolando 4d12! Leiam os comentários do At-Will sobre o bárbaro, para verem que não sou sõ eu que estou impressionado.
- O sorcerer ficou bem legal também, no build de Wild Magic. Os poderes são bem caóticos, e às vezes funcionam super bem, as vezes não. O damage output é bem consistente, com 1d10+7 por rodada só no ataque à vontade.
- Pra variar, warlord faz toda a diferença, dando vários bônus. Junto com o Warden, eles dão uns três ataques por rodada nos monstros bobinhos que se aventuram a dar ataques de oportunidade.
- Ter escolhido Eberron foi legal para voltar a ler sobre esse cenário, que é fantástico. Eu conhecia pouco sobre Xen’drik e estou adorando. Recomendei o Adventurer’s Guide to Eberron (tem uns trechos aqui), e levei na 1ª sessão para inspirar os jogadores.
- Apesar desse dragão aparentar não ter muita explicação ou história, o grupo irá descobrir mais sobre ele (e seus pais) no futuro.
Que parece pra vocês? Será que esse grupo vai pra frente? Já jogaram em Eberron? Compartilhem suas experiências! E Rolem 20!
39 respostas em “Reporte de Campanha: As Treze Tribos de Xen’drik”
Tomara que esse grupo vá pra frente, achei muito interessante.
Eu sempre tento sentar com os jogadores pra discutir sobre os personagens e o cenário, tipo separar a primeira sessão só pra isso, mas o grupo sempre quer preencher a ficha e começar logo a jogar, sempre fico com a sensação de que meus grupos e campanhas parecem uma "colcha de retalhos" :S
Acontece o mesmo comigo T_T
O bárbaro é um moedor de carne! No jogo que participo, um dos jogadores resolver testar o bárbaro. Como o meu personagem tinha o Horned Helm (+1d6 no dano em carga), resolvi emprestar para ele. Cara… é covardia! Era muito dado de dano! Por outro lado, acho que ele ficou equilibrado no sentido que é um cara de frente mas com resistências baixas. Mas se ele juntar com um defender, não tem pra ninguém!
Relaxa renato! Monta o cenário que a gente faz o show!!! 😉
Bem voltando ao tópico, cara ficou muito legal, e pelo que tu falou confirmou as minhas impressões sobre o Warden e o bárbaro, e ficou interessante a proposta de um Anão shaman, bem interessante… Bem na minha opinião tomara que vá para frente a campanha tá bem interessante.
PS: posso perguntar em que nivel dos PCs tu pretende realizar o encontro com o dragão?
Ué, já encontramos e debulhamos o coitado, lá no encontro 5. Lembro que era um dragão, branco, wyrmling. Ou seja, um dragão de nível 1. Elite, mas ainda assim com defesas na faixa dos 15, nada muito ameaçador.
Dragão é assim, tem que cortar o mal pela raiz. O que os PCs ainda não sabem é que eventualmente irão encontrar os (sim, no plural) pais do bichinho… 😀
Ah tá! Eu pensei que ia ser um dragão adulto ou "pior" hehehe. Cara eu to imaginado a "alegria" dos pais ao saberem que seu filhote foi "debulhado" =P! Já to com dó dos PCs…
Ah mais uma pergunta (seria atá um bom tema para post): como mestre como voce gerencia/distribui itens mágicos para o grupo? Só comprando e é dificil achar alguem que venda? Só no boss tem um único item chinfrin ou qq kobold derruba uma espara +5? (tá exagerei, mas acho que deu p/ entender a ideia!)
Valeu!
Ia perguntar exatamente isso. Sobre a distribuição de itens mágicos…é um tema muito bom para um post futuro.
Eu particularmente não gosto muito do sistema de "parcels" apresentado no livro. (só uso ele pq ainda sou novato na 4E)
Um jogador meu vai jogar de bárbaro…quero ver os 4d12 de dano =P
Na verdade, eu gosto muito do sistema de parcels. 10 encontros = 10 parcels = 1 nível. Tivemos três encontros combativos, um não combativo na 1ª sessão. Por isso, dei 4 parcels de tesouro aos PCs. Um deles foi um item mágico, uma armadura Hide, que dá +2 no AC contra o primeiro ataque que você recebe no encontro (esqueci o nome, mas é do PHB ) . O resto foi ouro mesmo. Perceba que coloquei dois parcels no encontro do dragão, pra turbinar o tesouro do bichinho. Tinha 200 moedas de prata e 100 de ouro!
Risquei três parcels, ainda faltam sete para os próximos encontros.
Muito legal a jornada dos heróis até agora. Quero ver do que eles são capazes contra inimigos mais fortes na medida em que forem ganhando mais experiência. Boa sorte à todos!
Na verdade, eu gosto muito do sistema de parcels. 10 encontros = 10 parcels = 1 nível. Tivemos três encontros combativos, um não combativo na 1ª sessão. Por isso, dei 4 parcels de tesouro aos PCs. Um deles foi um item mágico, uma armadura Hide, que dá +2 no AC contra o primeiro ataque que você recebe no encontro (esqueci o nome, mas é do PHB). O resto foi ouro mesmo. Perceba que coloquei dois parcels no encontro do dragão, pra turbinar o tesouro do bichinho. Tinha 200 moedas de prata e 100 de ouro!
Risquei três parcels, ainda faltam sete para os próximos encontros.
Vc escolhe o item mágico dessa parcel se baseando na composição do grupo, ou escolhe/sorteia um aleatoriamente?
È uma Darkleaf Armor, Daniel.
Eu escolho levando em conta a composição do grupo. O que não significa que eu não vá escolher algo aleatoriamente! O lance é que eu dificilmente vou colocar aquele item que comba com seu PC. Por exemplo, nosso bárbaro usa um Execution Axe. A chance de aparecer um desses mágico é bem pequena, então ele provavelmente terá que encantar o dele. Mas podem aparecer Battle Axes normalmente. Nesse aspecto, vale a pena ser um generalista nas minhas campanhas.
E aquela armadura combo com stand the fallen, agora meu poder diária de nível 5 cura todos os aliados HS+1d10+3!!
Para os meus personagens de primeiro nível eu resolvi dar um item mágico, de até quinto nível para eles começarem a jogar. Era o legado que cada um deles possuía.
Até agora não percebi os itens desempenhando um papel definitivo nos combates como acontecia antes.
Mais uma campanha para acompanhar e mais idéias para serem trocadas. Sempre bom!
Isso me lembrou a Ordem do Palito, onde o grupo (ou pelo menos o(a) elfo(a) Varsuuvius se deparou com uma mamãe dragão, cujo filhote tinha sido morto pelo grupo anos atrás e … bem. hehehe
Eu su um grande fã do cenário. Tenho o livro de campanha da 3ª edição e alguns livros como o de Sharn. Só não tenho tudo, pois infelizmente meu grupo de jogadores não gostou nem um pouco do cenário.
Já li diversos livros ambientados no cenário, o que me faz admirar ainda mais Eberron.
Que venha o livro para a 4ª ed. E rolem 20!
Essa história do Dragão de OotS foi bem legal, dá uma sacada nas últimas tirinhas Anand, deve te dar umas idéias legais pra quando os Dragonparents aparecerem!
Eu não perco uma!
Eberron pra mim só em Junho 😉
Joguei por muito tempo em Forgotten e tô na espera dos livros na 4E pra finalmente começar a minha primeira campanha em Eberron. E o Warden é um defender bem eficiente mesmo, gostei demais dele.
Sou fissurado em Eberron, tenho todos os livros e to borrando de medo da versão 4E. Olha, recomendo a leitura do Explorer's Handbook e do Secrets os Xen'drik, claro, para dar um boost na campanha. O City of Stormreach também é uma boa pedida. Tem uns artigos chamado Expeditionary Dispatches que também valem a pena, você pode encontrá-los no site da WotC
Um cara fez um apanhado de toda a história de Eberron no formato do Grand History of the Realms que ficou muito bom, sendo elogiado, até, pelo Keith Baker. Com certeza, vai ajudar na campanha, também. Você pode baixá-lo aqui http://www.dragon-above.com/features/The_Grand_Hi…
Cara, eu também não sei exatamente como é que eles vão fazer, ainda mais depois de terem "cagado" em cima de Forgotten do jeito que eles fizeram, mas a esperança é a última que morre.
Só não digo que estou esperando anciosamente porque a minha campanha no cenário de Westeros está indo de vento em popa, mas eu gostaria muito de mestrar em Eberron, que sempre me pareceu um cenário muito interessante, ainda mais depois de eu ter jogado WoW e visto como a magia pode ser utilizada pra dar um feeling "futurista-fantástico" a um cenário, que é o que acontece um bocado por lá.
Mas vamos esperar, eu realmente estou no aguardo de material de primeira, tanto que já deixei o basico e o player's handbook de eberron em pre-order lá na amazon 😀
interessante ver como você está trabalhando com eberron…
Ter como base um continente diferente de Khorvaire é praticamente utilizar um cenário totalmente novo… até o feeling provavelmente vai mudar um pouco… Mas eberron é um cenário excelente… meu preferido, apesar de que, quando eu mestro, modifico poucas coisas, e acaba meio que virando um cenário parcialmente genérico..
Então, estou jogando com o Bashir, um dragonborn Warlord (Bravura) [daqui em diante Bravelord]. Primeiro lugar: mesmo com a correria (por causa do tempo), a sessão foi bem divertida, principalmente para mim que nunca havia jogado em Eberron. Outro ponto: Bravelords são bem legais! E olha que tenho experiência com o warlord (no caso, um Genasi Warlord [Tactical]). O esquema "Brash Assault "+ "Warden's Fury" foi fantástico! E no total são 4 ataques por round num único oponente (1 á escolha do Warden, 1 do Brash Assault, 1 decorrente do Brash Assault e 1 decorrente da marca do Warden), podendo aumentar caso o inimigo gere OA's.
O único "contra" que percebi do Bravelord é seus exploits são muito arriscados. Tanto que nestes níveis baixos, prevejo que pelo menos um uso de Inspiring Word será em mim mesmo durante o encontro. Mas nada que um outro leader também não compense.
No mais, tomara que esse grupo vá pra frente sim! (E não só o bárbaro role 20 :P)
POR QUE OS DRAGÕES BRANCOS ESTÃO SENDO MASSACRADOS? POR QUE?!
Praticamente todos os jogos de level baixo estão relatando crimes contra a vida dessas pobres criaturas meigas. São tempos negros para os dragões brancos…
Ah, nas minhas aventuras já derrubamos (e ou corremos de) dragões verdes e pretos também. Só faltam os vermelhos, os azuis e o eventual avatar de Tiamat! 😉
Ah, é, valeu. Mas é uma darkleaf com temas dracônicos! 😉
Pior que o Dragão Branco sempre é "o dragão" pra grupos de nível baixo, daqui a pouco os coitados vão entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção xD
É, na quinta edição vai vir uma nota de rodapé "Devido a aventureiros com ódio no coração, os Dragões Brancos foram extintos, fazendo parte somente de lendas locais."
E o Anand ainda tá planejando matar o restante da família do coitado.
Espero que saia logo o monster manual 2 pra ver se os mestres recebem mais opções pra colocar no caminho desses jogadores assassinos.
Muito legal a campanha 🙂 a minha atualmente tb é 4E, mas nas Eldeen Reaches, com uma boa participação de Thelanis.
Só não deixe de colocar gigantes e Stormreach na campanha. Um enorme desperdício de potencial deixar os dois marcos de Xen'drik de fora ^^
Stormreach com certeza já está nos planos. Gigantes eu ainda estou pensando em como envolvê-los. Acho que o lance é colocar uns desafios de perícias (vamos correr!), e beirando o final dos níveis heróicos, começar a enfrentá-los.
Vc já jogou Escape from Monkey Island? Os piratas paranóicos são um ótimo tipo de gigante, q tem medo de formar civilizações pra não ativar a maldição draconiana. São uma boa fonte de informações, vc pode faze q os pcs só falem com eles. Um gigante q insista em ficar só com 2 pcs por perto, enquanto os outros tem q ficar a várias centenas de metros de distância, é um npc legal pra ajudar na busca.
Xen'drik tem algumas cyclopean ruins (http://www.wizards.com/dnd/images/eb_gallery/8213… . Seria legal explorá-las também, e isso logo me lembra os Cyclops do Monster Manual.
Drows também são mais comuns nesse continente. Apresentá-los aos jogadores durante a campanha seria interessante.
Bom, tem um drow no grupo, então com certeza eles vão aparecer! 🙂
Comecei a ler o Campaign Setting de Eberron recentemente e tenho gostado muito, vou acompanhar os reportes para entrar no clima do cenário. Outro fato interessante é a formação do grupo que apesar de "temático" está bem diversificado.
Um amigo já me falou maravilhas do cenário, mas nunca se dignou a mestrar para a gente! Estou pensando seriamente em comprar pelo menos o Player's Guide de Eberron quando o mesmo sair no meio do ano. Quem sabe me animo e levo também o Campaing Guide para então finalmente narrar no fantástico mundo de Eberron!
Torço que essa campanha dure muito! Eu começei a me interessar por Eberron depois do lançamento da 4E e passei a comprar e ler os livros. É muito legal ver reports como esse pois são dificeis de se ver por ai.
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