Uma das coisas que eu gostei na 4ª edição é que ela evoca mais o lado cinematográfico do RPG medieval fantástico, tanto que muita gente o acaba comparando com Scion ou Exalted. Uma aventura cinematográfica, na minha opinião, é aquela com ação interrupta (o que não significa combates sem parar), cenas memoráveis (mesmo que chutadas) e drama (mesmo que um pouco mexicano). Pense Star Wars, pense Indiana Jones.
Os PCs são as estrelas
Esse é o seu paradigma. Os personagens jogadores são os heróis, e estão nos holofotes o tempo inteiro. A sua função como mestre é criar situações as mais adversas possíveis para os PCs brilharem. Claro, você pode fazer um vilão brilhar, se isso fizer com que a vitória dos PCs depois fique ainda mais impressionante.
Dê o que os jogadores querem
Mas cobre o dobro sem eles perceberem. Os jogadores querem ser nobres? Deixe, mas coloque umas famílias nobres inimigas aparecerem. Eles querem liderar o exército contra o reino inimigo? Claro, mas quem vai segurar o motim que está prestes a acontecer? Você quer um artefato? Tudo bem, mas Vecna vai querer sua mão de volta eventualmente. Como regra geral, diga Sim para os pedidos da sua mesa, mas não tenha dó em escalar os problemas junto com os favorecimentos.
Não se apegue aos NPCs
Porque ele vão morrer, se forem vilões, ou serem ofuscados, se aliados. Ninguém quer ver o Drizzt ou o Raistlin que não seja um jogador, e mesmo que um apareça, e os PCs quiserem vencê-lo num duelo na frente da mocinha, é provável que consigam (mas veja o item anterior). O mesmo se aplica à cidades e locais. Waterdeep pode mudar bastante, se assim quiser o grupo.
Nada de ir buscar a coroa do rei Kobold
Missões de ir buscar um componente mágico para o Elminster, ou descobrir o lar do dragão para que Sir Arthur o destrua não existe nesse tipo de campanha. Por outro lado, nada impede dos PCs pedirem para os NPCs da sua campanha fazer isso para eles. Você pode ser de nível um, mas você não é um peão do jogo.
Não se preocupe com as regras
Quando isso não atrapalhar o jogo. Se um de seus jogadores juntou 225.000 peças de ouro para comprar uma espada +5, você pode simplesmente apagar o dinheiro e escrever a espada na ficha, as regras dizem isso. Por outro lado, você pode dizer: “O rei te dá sua espada pelos serviços prestados, e para comemorar você dá a maior festa que Waterdeep já viu, gastando duzentas mil peças de ouro”. Mesmo resultado prático, muito mais legal.
Outros exemplos: deixe os PCs usarem os candelabros para atravessar a sala, faça os críticos explodirem as criaturas (Baldur’s Gate?), descreva suas magias como Summons de Final Fantasy.
Não deixe os jogadores mimados
Com esse tratamento de celebridade, pode ser que os jogadores abusem, e não fiquem mais na beira das cadeiras, e comecem a achar que são imortais. Como já dizia o tio Ben, grande poderes, etc. No momento que você perceber um jogador dando relaxo, não tenha medo de deixar um PC à beira da morte, e de barbarizar com seus amigos, lar, familiares, aliados.
Perceba que tudo isso só se aplica num contexto específico. Minha campanha Luz nas Sombras, por exemplo, não tem esse estilo, ela é muito mais low-profile por enquanto. Mas níveis épicos, me aguardem! 🙂
Edit: Para ler um excelente contra-ponto a esse post, dêem uma visitada ao Vorpal, no post Por um D&D mais old-school!
Rolem 20!