Como prometido, queria compartilhar minhas impressões sobre esses dois anos de D&D 5a edição. Pra começar, adicionando que na verdade faz um pouco mais tempo, já que tivemos quase um ano de experimentações e testes do então chamado D&D Next.
AD&D Terceira Edição
Pra mim a quinta edição é, na verdade, uma evolução natual do AD&D 2nd edition, sem coisas bizarras como THAC0, roladas baixas em testes de atributos, non-weapon proficiencies, e indo numa direção bem diferente da quarta edição e mesmo da terceira, com as multi-classes, classes de prestígio, +32 na rolada de ataque e sete ataques por rolada (que faziam muito sentido em sua época, mas parecem tão obsoletos como AC negativo hoje em dia). A evolução não é só no sentido das regras, mas também do tom e do estilo, que é próximo, nostálgico, e familiar.
Isso foi muito gostoso nos últimos anos, de matar saudade do D&D das antigas, aquele D&D moleque da copa de 70. Mas, por outro lado, é clara a distância da quinta edição de jogos como 13th Age, que é muito mais uma evolução da 4E na minha opinião.
Menos tática, mais improviso
O que eu mais sinto falta da 4E é o lado tático dos combates. Saber que cada encontro combativo era um desafio balanceado, com escolhas limitadas dentro de um contexto era muito desafiante, especialmente para mim como DM, que tentava sempre mantar a dificuldade no limite do TPK. Agora o desafio e reagir com o inesperado: magias de save or die vão fazer aquele arqui-inimigo cair em um turno, e eu tenho que estar preparado para isso. E, ao mesmo tempo, saber dosar as magias de save or die nos personagens.
Um exemplo foi uma luta contra um Dragão Branco, que por conta do rogue do Davi ter falhado em seu saving throw de constituição, tomou tanto dano que teve morte instantânea. Eu improvisei que ao invés de morrer para sempre, ele ficaria numa suspensão congelada por até uma hora, e uma NPC sabia fazer um ritual para reverter a situação, a custo de um anel de resistência à gelo. Funcionou, teve um custo, e não tivemos o downtime de ou perder um personagem, ou ressucitá-lo (o que seria mais provável).
O que sinto falta
Desafio de perícias. De verdade. Claro, dá pra fazer ainda, mas o pool de perícias é meio confuso, e muitas vezes parecem redundantes. Ok, o que sinto saudade é da lista de perícias.
Variedade nos ataques. Para os não casters, o padrão de “eu ataco” está de volta, e isso é meio triste. Ter os at-wills e encounters fazia o jogo mais divertido, e apesar de algumas classes terem opções, eu não me lembro a última vez que a ação do bárbaro não tenha sido “eu ataco”. No máximo foi “eu ataco duas vezes”.
E vocês? Estão jogando 5a edição? Curtiram o visual 5E do blog? Rolem 20!