Aventuras Épicas! Essa semana Daniel Anand, Davi Salles e o convidado especial Tio Nitro do NitroDungeon conversam sobre as aventuras de níveis alto, aventuras mais cinematográficas e com escalas mundiais. Contando um pouco da história dos níveis mais altos do Dungeons & Dragons, e dando dicas para jogadores e DMs, nos três nos divertimos contando nossos causos épicos nesse podcast.
E finalmente decidi postar aqui as missões que se aproximam do final da campanha de D&D dos Escamas Púrpuras. Já no patamar épico, falta pouco para os heróis abraçarem os seus destinos. Veja o que aconteceu nas últimas sessões para se atualizar, e vamos lá!
Prólogo
Amos, o anão, retornou para Arkanûl e continuou lutando em prol de Moradin. Acabou visitando Abir Retornada, e sendo recebido como um herói pelo conselho dos dragões de lá. O conselho explica que ele apareceu nas profecias como aquele que iria acabar com os últimos guardiões de Tiamat, e que precisará fazer seu maior sacrifício por Fae-Rûn, quando habitará o corpo de Bahamut.
Calixto, a general, preparou-se para marchar contra Thay. Usando de artimanhas políticas e movimentações de exércitos, garantiu que Netheril ficasse neutra, e colocou Cormyr e Myth Drannor como seus aliados na cruzada. Para engrossar seus exércitos, recrutou entre os pobres e sem futuro de Baldur’s Gate.
Nesse post inauguro minha guerra de posts com o Davi: cada vez que ele postar, eu posto também. Começo contando como foi minha experiência planejando o final da minha campanha Escamas Púrpuras/Negras, onde meu grupo vai passar os níveis 21-23.
Eu usei, de maneira bastante improvisada e leve, o sistema 5×5 do Dave do Critical Hits. Recomendo conferirem o link, mas segue um resumo. A idéia é pensar em cinco quests, e cada uma dessas quests você separar em cinco eventos que compõem a quest. Para o meu caso, cada um dos personagens foi uma das minhas quests.
Pensei então em cinco objetivos finais de cada personagem. Cada um desses objetivos finais veio diretamente do destino épico que cada um deles escolheu. Todos os destinos épicos tem um texto explicando o que acontece com o personagem pós-nivel 30, e que dá excelente idéias de aventura. No caso do meu grupo, ninguém escolheu o mesmo destino, então funcionou bem. Posso imaginar que outros grupos tenham vários Semi-Deuses, mas isso é assunto para outro post.
Seguindo nossa série de encontros em Molten Core, hoje iremos conhecer um dos moradores frequentes das profundezas do núcleo da Montanha da Pedra Negra, os Mastins Anciões, cães enormes feitos de magma e fogo elemental. O maior deles, Magmadar, líder de matilha dos mastins e animal de estimação do Lorde do Fogo Ragnaros, e protegido por Lucifron. No entanto, vários outros destes cães infernais vagam entre os rios de magma.
As bestas tem a aparência de um bulldog massivo, com duas cabeças, cada uma delas respectivamente esquipada com bocarras com inúmeras linhas de dentes flamejantes. Seu corpo é coberto por uma pela espessa, reforçada por espinhos. Chamas saem do seu corpo, especialmente da coluna, da intersecção das cabeças até o rabo. Eles entendem o idioma Primordial, mas não falam.
Eles são originarios do Caos Elemental, e são usados como proteção e guarda de Molten Core. Costumam evitar os Gigantes de Magma. Golemagg, o Incinerador, é um apreciador das criaturas, no entanto. Uma das bestas foi capturada pelos orcs das partes mais altas da Montanha da Pedra Negra, à serviço do dragão negro Nefarion. Essa besta comeu o gnomo explorador Finkle Einhorn, famoso por suas andanças pelos Vales do mundo.
Em geral usam táticas simples, atacando oponentes obviamente mais ameaçadores. Eles gostam de usar seus corpos enormes para empurrar inimigos na lava, com bull’s rush, ou mesmo agarrar oponentes (até dois de uma vez) com seus dentes. Os Mastins constumam crescer sem limite, sendo Magmadar o mais antigo e, portanto, o maior.
O couro dos Mastins é particularmente raro, especialmente entre os anões do clã Ferro Sombrio, que usam para fazer itens que protegem o usuário do fogo.
Mastim Ancião
Bruto de Elite de Nível 18
Besta Elemental Grande (Flamejante)
XP 4.000
Iniciativa +13
Sentidos Percepção +13
Dentes Ameaçadores (Medo) aura 3; Os terrenos dentro da aura são considerados difíceis para oponentes.
+22 vs. CA; 2d8+7 de dano; oponentes adjacentes ao alvo e adjacentes ao Mastim recebem 1d10+3 de dano.
Causar Desespero (quando o Mastim ficar sangrando) ♦ Medo
Explosão de Contato 5; +20 vs. Vontade; o alvo fica atordoado.
Cuspida de Fogo (padrão; recarga ) ♦ Flamejante
Explosão 2, Alcance 15; +20 vs. Reflexos, 4d10+7 de dano flamejante e dano conínuo de fogo 10 (TR encerra).
Tendênciaignment Imparcial
Idiomas Primordial
Perícias Atletismo +23, Furtividade +18
Dor 28 (+18)
Des 18 (+13)
Sab 18 (+13)
Con 22 (+15)
Int 6 (+7)
Car 12 (+10)
Táticas
As táticas dos Mastins são tão simples quanto seus cérebros pequenos conseguem pensar: eles dão carga para o oponente que aparenta ser o maior e mais forte, usando sua mordida transpassante. Ele não se importa de receber ataques de oportunidade, e usará a cuspida de fogo mesmo se estiver em combate corpo-a-corpo. Se for atingido por algum golpe congelante, irá tentar atacar esse oponente, mesmo que leve outros AdO no processo.
Variações
Se quiser variar, ou fazer grupos com Mastins distintos, você pode trocar a mordida transpassante pelo seguinte poder:
Mordida Flamejante (padrão; à vontade) ♦ Flamejante
+22 vs. CA; 2d8+7 de dano mais 5 de dano contínuo flamejante (TR encerra). Caso o oponente já esteja com dano contínuo flamejante, some 5 ao dano contínuo.
Usando os Mastins Anciões
Em Molten Core, coloque os mastins em grupo de pelo menos dois. Você pode agrupá-los junto com as outras criaturas descritas nessa série, como os Molten Giants & Molten Destroyers. Você também pode colocar alguns mastins antes da luta contra Magmadar, o maior de todos os mastins, e assim ir dando o gostinho da nossa próxima criatura na série. Você também pode usar os Mastins fora de Molten Core, como aquele citado no início do post, mas aí tente deixá-los mais únicos.
O que estão achando da série? Dêem seus feedbacks na seção de comentários. E rolem 20 flamejantes!
Continuando a série de posts Molten Core, iremos descrever agora as primeiras criaturas que os personagens provavelmente encontrarão no Núcleo de Lava: os Gigantes de Lava e os Destróiers de Lava.
Os Gigantes de Lava que habitam Molten Core são criados por Golemagg, o incinerador. Ele molda as criaturas com a lava existente no núcleo, e depois usa um ritual Primal para trazer almas do Caos Elemental para habitar os corpos gigantes. Geralmente os Gigantes andam em pequenos grupos, agindo como patrulhas do Núcleo. Arrogantes, essas patrulhas dificilmente chamarão ajuda ou darão alerta, por acharam que qualquer grupo de aventureiros não é páreo para sua fúria (e geralmente não são).
Os caminhos iniciais de Molten Core costumam ser pontes e caminhos de rocha magmática, cercada de magma. Cair no magma significa um dano flamejante de 10d10 (ou 1d10 x 10, pra simplificar), mais 20 de dano contínuo flamejante. Criaturas com o descritor flamejante são imunes. Lembre-se que se alguém for empurrado para a lava, essa criatura faz um teste de resistência (veja as regras de empurrões e deslizes). Você também pode colocar no terreno alguns campos de chama eterna (ver Dungeon Master Guide, pág. 92).
Alcance 1; +25 vs. CA; 1d12+7 de dano, mais 2d8 de dano flamejamente, e o alvo leva 1d10 de dano flamejamente se atacar outro alvo que não seja o Gigante de Lava até o final do próximo turno do Gigante de Lava.
Pisão Explosivo (padrão; encontro) ♦ Flamejante
Rajada de Contato 2; +25 vs. CA; 4d10+7 de dano flamejante. Ataque secundário: +23 vs. Fortitude, 15 de dano contínuo flamejante (TR encerra).
Pisão Atordoador (padrão; encontro)
Rajada de Contato 2; +23 vs. Fortitude; empurra o alvo até 5 quadrados, e ele está atordoado (TR encerra).
Defesa Elemental (interrupção; recarrega )
Caso outro Gigante de Lava ou Destróier de Lava esteja até 2 quadrados de distância, e esse aliado receba um ataque, o Gigante de Lava passa a ser o alvo do ataque, além de reduzir o eventual dano pela metade.
Alcance 1; +22 vs. CA; 1d12+6 de dano, mais 1d12 de dano flamejamente.
Jato de Magma (padrão; sem limite) ♦ Flamejante
Alcance 20; +21 vs. Reflexos; 3d8+3 de dano flamejante.
Coluna de Fogo (padrão; recarrega ) ♦ Flamejante
Explosão 2 em alcance 10; +21 vs. Reflexos; 3d8+3 de dano flamejante e dano contínuo flamejante 10 (TR encerra).
Tendência Maligna
Idiomas Primal, Gigante
Perícias Intimidação +14
For 23 (+15)
Des 15 (+11)
Sab 16 (+12)
Con 22 (+15)
Int 10 (+9)
Car 11 (+9)
Táticas
Tipicamente o Gigante de Lava irá tentar seu punho de lava contra alvos que não tenham o CA muito alto, usando seu pisão explosivo assim que conseguir pegar vários alvos. Ele deixa para usar o pisão atordoante quando estiver sangrando, ou quando puder arremessar algum oponente na lava ou em uma chama eterna. Em duplas, os gigantes tentam se manter próximos para usar a defesa elemental.
Os destróiers irão focar nos controladores oponentes, depois nos líderes, com seus jatos de magma, usando as colunas de fogo sempre que possível. Os destróiers não ligam de receber ataques de ataques de oportunidade, especialmente se estiverem próximos de um Gigante de Lava (que usa sua defesa elemental).
Conhecimento
Com testes de Arcanismo, os personagens jogadores podem ter mais informações sobre os Gigantes:
CD 20: Os Gigantes de Lava e Destróiers de Lava são criados por Golemagg, o incinerador, e patrulham Molten Core. Seus ataques são baseados em fogo e lava.
CD 25: Os Gigantes são arrogantes e normalmente não chamam reforços. Eles são resistentes ao fogo. Os Gigantes serão extintos caso Golemagg seja eliminado.
CD 30: Os Gigantes de Lava protegem os pares, e devem ser combatidos separados.
Uma das coisas que eu gostei na 4ª edição é que ela evoca mais o lado cinematográfico do RPG medieval fantástico, tanto que muita gente o acaba comparando com Scion ou Exalted. Uma aventura cinematográfica, na minha opinião, é aquela com ação interrupta (o que não significa combates sem parar), cenas memoráveis (mesmo que chutadas) e drama (mesmo que um pouco mexicano). Pense Star Wars, pense Indiana Jones.
Os PCs são as estrelas
Esse é o seu paradigma. Os personagens jogadores são os heróis, e estão nos holofotes o tempo inteiro. A sua função como mestre é criar situações as mais adversas possíveis para os PCs brilharem. Claro, você pode fazer um vilão brilhar, se isso fizer com que a vitória dos PCs depois fique ainda mais impressionante.
Dê o que os jogadores querem
Mas cobre o dobro sem eles perceberem. Os jogadores querem ser nobres? Deixe, mas coloque umas famílias nobres inimigas aparecerem. Eles querem liderar o exército contra o reino inimigo? Claro, mas quem vai segurar o motim que está prestes a acontecer? Você quer um artefato? Tudo bem, mas Vecna vai querer sua mão de volta eventualmente. Como regra geral, diga Sim para os pedidos da sua mesa, mas não tenha dó em escalar os problemas junto com os favorecimentos.
Não se apegue aos NPCs
Porque ele vão morrer, se forem vilões, ou serem ofuscados, se aliados. Ninguém quer ver o Drizzt ou o Raistlin que não seja um jogador, e mesmo que um apareça, e os PCs quiserem vencê-lo num duelo na frente da mocinha, é provável que consigam (mas veja o item anterior). O mesmo se aplica à cidades e locais. Waterdeep pode mudar bastante, se assim quiser o grupo.
Nada de ir buscar a coroa do rei Kobold
Missões de ir buscar um componente mágico para o Elminster, ou descobrir o lar do dragão para que Sir Arthur o destrua não existe nesse tipo de campanha. Por outro lado, nada impede dos PCs pedirem para os NPCs da sua campanha fazer isso para eles. Você pode ser de nível um, mas você não é um peão do jogo.
Não se preocupe com as regras
Quando isso não atrapalhar o jogo. Se um de seus jogadores juntou 225.000 peças de ouro para comprar uma espada +5, você pode simplesmente apagar o dinheiro e escrever a espada na ficha, as regras dizem isso. Por outro lado, você pode dizer: “O rei te dá sua espada pelos serviços prestados, e para comemorar você dá a maior festa que Waterdeep já viu, gastando duzentas mil peças de ouro”. Mesmo resultado prático, muito mais legal.
Outros exemplos: deixe os PCs usarem os candelabros para atravessar a sala, faça os críticos explodirem as criaturas (Baldur’s Gate?), descreva suas magias como Summons de Final Fantasy.
Não deixe os jogadores mimados
Com esse tratamento de celebridade, pode ser que os jogadores abusem, e não fiquem mais na beira das cadeiras, e comecem a achar que são imortais. Como já dizia o tio Ben, grande poderes, etc. No momento que você perceber um jogador dando relaxo, não tenha medo de deixar um PC à beira da morte, e de barbarizar com seus amigos, lar, familiares, aliados.
Perceba que tudo isso só se aplica num contexto específico. Minha campanha Luz nas Sombras, por exemplo, não tem esse estilo, ela é muito mais low-profile por enquanto. Mas níveis épicos, me aguardem! 🙂
Edit: Para ler um excelente contra-ponto a esse post, dêem uma visitada ao Vorpal, no post Por um D&D mais old-school!